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Adaptações inclusivas para autismo

Publicado em 26/04/2021

A principal acessibilidade para o autismo é informação, mas algumas adaptações nos ambientes podem ser feitas para a inclusão de autistas e pessoas com dificuldades sensoriais.

Sessão Azul – Cinema, Teatro, Aquário

Pelo menos uma vez no mês, os cinemas da cidade de São Paulo deverão oferecer sessão com luzes levemente acesas, volume um pouco mais baixo do que o habitual e sem publicidade comercial para receber pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). É o que determina a Lei 17.272/2020 e que também prevê a liberação da circulação dos espectadores pelo interior da sala, bem como a entrada e a saída durante a exibição do filme.
As sessões devem ser identificadas com o símbolo mundial do Autismo, emblema adotado em 1999 que representa o mistério e a complexidade do TEA. Composto por peças coloridas, remete à diversidade de pessoas e famílias que convivem com o transtorno, enquanto as cores fortes simbolizam a esperança em relação aos tratamentos e à conscientização da sociedade em geral.

É comum que pessoas com TEA tenham Transtorno do Processamento Sensorial (TPS), que ocasiona uma desorganização na forma como diferentes regiões do cérebro recebem e processam informações vindas dos sentidos visão, tato, audição, olfato, paladar, propriocepção e vestibular. Esse transtorno ocorre por uma alteração na forma como o cérebro recebe e organiza as informações sensoriais, de modo que os sons ficam bem intensos, as luzes e as cores se tornam brilhantes demais, os odores se tornam muito fortes e as sensações táteis são interpretadas profundamente. O excesso de estímulos sensoriais pode ocasionar grande incomodo às pessoas com TEA, o que dificulta a participação em algumas atividades comuns, como assistir a um filme no cinema. Por esse motivo a lei é uma grande conquista para os paulistanos.

A sessão azul, promove a inclusão de pessoas que também tem o direito de se divertir, mas não consegue, milhares de pessoas são beneficiadas, não só os autistas, mas idosos e pessoas típicas que tenham alguma sensibilidade sensorial.

 

Hora do Silêncio                                
A Hora do Silêncio é uma forma dos estabelecimentos acolherem os autistas e suas famílias. O excesso de estímulos sensoriais de estabelecimentos, como parques, supermercados, shoppings, pode causar desorganização sensorial em autistas com hipersensibilidade visual e auditiva.  Pensando nisso, alguns estabelecimentos criaram a Hora do Silêncio, onde durante uma hora por dia, em um dia da semana, eles diminuem o volume da música ambiente para o mínimo, diminuem a intensidade da iluminação em 50%, desligam TVs, luzes e letreiros luminosos e diminuem a circulação de funcionários e clientes. Desta forma, pessoas autistas e suas famílias podem ser incluídas e aproveitam melhor as saídas e passeios.

Quite Room (Sala de Descompressão, acomodação sensorial, desaceleração)

Estas salas são espaços preparados por uma equipe especializada para reduzir efeitos de uma super estimulação sensorial, onde pessoas com TEA podem se “reorganizar” com segurança. Estas salas silenciosas ajudam as pessoas com TEA a aproveitarem melhor as saídas evitando crises, stress e comportamentos inadequados.
A inclusão destes ambientes em escolas, parques, shoppings, aeroportos, promovem um compromisso real na inclusão de autistas na sociedade.

Salas Blindadas

As salas com blindagem de sons, são importantes em estádios, ginásios, para que os autistas possam assistir a jogos, espetáculos em um ambiente que tenha poucos estímulos sensoriais.

Tem mais algumas adaptações como por exemplo o guia sensorial que mostra qual a quantidade de estímulos sensoriais sendo: Tato, Olfato, Paladar, Visão, Audição, Propriocepção e Vestibular e descrição do estímulo oferecido pela atração de parques, teatros ou estabelecimentos. Com este guia é possível fazer o planejamento de acordo com a hipersensibilidade da pessoa autista. A história social também é um recurso importante para ajudar na previsibilidade e quebra de rotina. Os laboratórios, hospitais, atrações turísticas poderiam facilitar muito a vida das famílias, se produzissem uma história social.

Ainda não temos a maioria destas adaptações inclusivas no Brasil, por isso precisamos continuar sensibilizando e conscientizando. É possível agregar valor ao seu negócio através da inclusão! Lugar de autista é em todo lugar, para incluir é preciso dar o primeiro passo.

                              
Amanda Ribeiro
Mãe do Arthur, 4 anos, autista.

Autora do Blog @mamaequeviaja & diretora da Incluir Treinamentos

www.incluirtreinamentos.com.br
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