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Zoo de São Paulo é referência na conservação de anfíbios

Publicado em 19/06/2023

Em um ano, biólogos e pesquisadores do Zoológico de São Paulo comemoraram a reprodução de cinco espécies de anfíbios: sapinho-garimpeiro (Adelphobates galacotonotus), axolote (Ambystoma mexicanum), perereca-das-folhagens (Phyllomedusa distincta), perereca-de-Alcatrazes (Scinax alcatraz) e perereca-de-capacete (Nyctimantis brunoi). Estes animais são extremamente relevantes para o equilíbrio ambiental, uma vez que estão associados ao controle de insetos e fazem parte da cadeia alimentar de mamíferos, répteis e aves.

O Zoológico é referência no país para pesquisa, manutenção e reprodução ex situ de anfíbios. O estudo é contínuo e abarca diversas espécies, entre às quais sob ameaça de extinção como a Perereca-de-Alcatrazes – reproduzida no Zoo desde 2012. O objetivo é a conservação ex situ, ou seja, quando é necessário formar populações de segurança para preservar genes ou recuperar espécies em estado crítico nos seus locais de origem. No caso dos animais que não figuram na lista de risco, o trabalho permite conhecer melhor as particularidades de cada grupo para replicar o processo em situações mais sensíveis.

O Brasil é o país com a maior diversidade de anfíbios e atualmente mais de 60 espécies são consideradas ameaçadas de extinção. Soma-se a este cenário um estudo publicado na revista científica Biological Conservation, divulgado pela Fapesp, sobre a queda destas populações na Mata Atlântica, nos últimos 130 anos, atribuída a fatores como perda de habitat, poluição e aumento da temperatura global. Com isso, a conservação ex situ tornou-se ainda mais necessária, especialmente nos casos onde os animais ocorrem em apenas um local e sofrem ameaças diretas.

 Por conta do sucesso nos programas de conservação do Zoo SP, parcerias vêm sendo estabelecidas e a técnica compartilhada com outros zoológicos e instituições de pesquisa no Brasil, como o Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, e o Centro de Conservação de Fauna Silvestre (CECFAU), do Governo do Estado de SP.

A mais recente e inédita reprodução ocorreu no fim do ano passado quando um casal de perereca-de-capacete (Nyctimantis brunoi) trouxe ao mundo mais de 300 filhotes, que estão crescendo sob cuidado das equipes do parque. Também no ano passado ocorreu pela primeira vez a reprodução da perereca-das-folhagens.

Os anfíbios são animais vertebrados que possuem o ciclo de vida duplo com uma fase de vida aquática e a outra terrestre. Eles podem se dividir em três grupos: caudatas (os que possuem cauda) que incluem tritões e salamandras à exemplo do axolote; os Gymnophiona, tais como as cobras-cegas que vivem embaixo da terra; e os anuros (que não possuem cauda na fase adulta) fazem parte deste grupo os sapos, rãs e pererecas.

 

Saiba mais sobre os novos moradores do Zoo:

Perereca-das-folhagens

Ocorre na Mata Atlântica do sudeste do país, desde o sul do estado de São Paulo até o estado do Rio Grande do Sul. A perereca costuma usar como abrigo árvores e arbustos próximos aos cursos hídricos e o tom verde da sua pele permite a camuflagem entre a flora a fim de dificultar a visão de predadores. Para se reproduzir, a espécie deposita os ovos em uma folha e depois a fecha com um muco, mantendo os ovos envelopados e protegidos por alguns dias. Essa folha fica sobre um corpo d’água e, quando os girinos começam a eclodir, eles se jogam diretamente na água, onde completam o desenvolvimento até virarem “mini-pererecas”.

 

Perereca-de-Capacete

Nativa do Brasil, pode ser encontrada do sul da Bahia até o norte de São Paulo, em área de Mata Atlântica preservada. Tem esse nome popular muito peculiar devido ao formato do seu crânio, que possui uma ossificação no formato de crista e apresenta micro espinhos capazes de injetar veneno em predadores por meio de “cabeçadas” utilizadas como defesa. Esse mecanismo a torna uma das poucas pererecas peçonhentas que existem.

 

Perereca-de-Alcatrazes

Encontrada no litoral norte de São Paulo, especificamente na ilha de Alcatrazes, a 35 quilômetros da cidade de São Sebastião, a espécie é caracterizada por se reproduzir exclusivamente em bromélias. O casal deposita os ovos no centro da planta, e os girinos crescem na água que nela se acumulada. Atualmente encontra-se classificada como “vulnerável”.

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